Metsul Alerta: Cinzas do Vulcão Puyehue do Chile, pode chegar ao Sul do Brasil .



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A erupção do vulcão Puyehue, no sul do Chile, cobriu de cinzas a cidade turística argentina de Bariloche e o aeroporto internacional da cidade foi fechado. Sebastián Gutiérrez, residente em Bariloche, disse à emissora de televisão C5N que muitos moradores correram aos supermercados e postos de combustíveis para estocar alimentos, água e gasolina.



Um funcionário da refinaria local da YPF disse que a produção de petróleo e gás da empresa na área não foi afetada. "Não temos nenhum impacto na produção", afirmou o funcionário. De acordo com o jornal O Clarín, as autoridades de Bariloche alertam a população que, na medida do possível, evitem sair de casa.



A erupção do Puyehue, situado 800 quilômetros ao sul de Santiago, levou as autoridades chilenas a retirar cerca de 3.500 moradores das redondezas. A erupção levantou uma nuvem de fumaça e cinzas a uma altura de 10 quilômetros. As informações são da Dow Jones.



A MetSul Meteorologia não descarta que as cinzas da erupção no Chile possam atingir até mesmo a região de Buenos Aires ou o Sul do Brasil nos próximos dias. Há diversos precedentes históricos de cinzas de erupção no Sul e no Centro do Chile alcançando o Centro da Argentina e o Rio Grande do Sul. Conforme o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, da MetSul Meteorologia, o transporte das cinzas a locais distantes dependerá de correntes de vento em altitude chamadas de correntes de jato e da manutenção da erupção com forte intensidade.



Atualizado as 23hs  05/06/2011


Correntes indicam possível chegada de cinzas de vulcão chileno ao RS

O complexo vulcânico Puyehue-Cordón Caulle continuava neste domingo sob forte erupção nos Andes, na região de fronteira do Chile com a Argentina, e representa um crescente risco para a aviação no território argentino. Não se pode descartar que as cinzas da erupção possam chegar até a região de Buenos Aires e Montevidéu, ou mesmo ao Sul do Brasil nos próximos dias,

de acordo com a MetSul.



Há precedentes históricos de cinzas de erupções no Chile alcançando o Centro da Argentina e o Rio Grande do Sul, mas, na maioria dos casos, as erupções ocorriam no Centro e não no Sul chileno. A erupção atual, contudo, é muito significativa. A MetSul Meteorologia descarta, porém, totalmente o risco das cinzas alcançarem o território gaúcho ainda neste domingo, já que a coluna de partículas está com deslocamento para Leste em direção a mar aberto,

acompanhando o sentido do vento em altos níveis da atmosfera.





“Sequer há alerta imediato para Buenos Aires, logo qualquer risco nas próximas horas é nulo”, diz o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall. “Não haverá cinzas caindo no Estado nem os voos no Sul do Brasil serão afetados nas próximas horas”, tranquiliza o especialista. De acordo com o meteorologista, o cenário pode mudar durante os próximos dias, com correntes de Sul e Sudoeste, que poderiam trazer a nuvem de cinzas em direção ao Estado, mas sem causar os mesmos transtornos registrados na Patagônia.



Se a erupção se mantiver com forte intensidade durante as próximas 48 horas, o tráfego aéreo já afetado na Patagônia pode ter transtornos também no Centro da Argentina, inclusive nas rotas de Ezeiza no decorrer da semana. Imagens de satélite mostram que a coluna de cinzas se estende por cerca de 2 mil quilômetros em direção ao Atlântico Sul.





O transporte das cinzas a locais distantes como o Sul do Brasil depende de correntes de vento em elevada altitude, a cerca de 10 quilômetros de altura, chamadas de correntes de jato, e da continuidade da forte atividade vulcânica. Modelos por computador indicam que nos próximos 10 dias as correntes de vento poderiam deslocar as cinzas para Norte e Nordeste em direção ao Uruguai e o Rio Grande do Sul, mas é difícil estimar, dizem os meteorologistas, já que os cálculos não envolvem apenas a atmosfera, mas também a quase imprevisível atividade do vulcão.



Em 1993, cinzas de uma enorme erupção do vulcão Láscar foram transportas pelas correntes de vento a partir do Chile e se precipitaram em Porto Alegre no interior gaúcho, até acumulando. Já em 2008, pequena quantidade de partículas da nuvem do também chileno vulcão Chaitén chegou ao Estado, mas não houve queda de cinzas e o céu apenas ficou com luminosidade um pouco reduzida na região de Bagé.