Confira abaixo a lista de bandas e o repertório tocado:
Fastbacks – Smells Like Teen Spirit
Vaporland – In Bloom
Valis with Jack Endino – Come As You Are
Ravenna Woods – Breed
Duff's McKagan Loaded – Lithium
Campfire OK – Polly
Visqueen – Territorial Pissings
Champagne Champagne – Drain You
Tacocat – Lounge Act
Vendetta Red – Stay Away
The Presidents of the USA with Krist Novoselic – On A Plain
The Long Winters – Something In The Way
Crypts – Endless Nameless
BIS Seacats – Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle
Cali Giraffes – You Know You’re Right
Pigeonhed - Heart-Shaped Box
Tom Price – Negative Creep
Stag – Serve The Servants
Shelby Earl – All Apologies
Young Fresh Fellows – About A Girl
Cobirds Unite – Pennyroyal Tea
Tripwires - Been A Son
The Presidents of the USA with Krist Novoselic – Sliver
Para comemorar o aniversário dos 20 anos do lançamento de
Nevermind - disco essencial do
Nirvana e do rock dos anos 90 - foi anunciado um show em Seattle, no qual o ex-baixista
Krist Novoselic tocaria o álbum na íntegra com convidados. O concerto foi divulgado
também como um evento beneficente para arrecadar fundos para o
tratamento médico de
Susie Tennant, figura da indústria musical da cidade, diagnosticada com câncer.
Encaixado como a série de eventos e novidades ao redor do relançamento de
Nevermind em uma edição de luxo - que inclui quatro CDs e um DVD, faixas
inéditas, raridades, lados-B, versões alternativas, gravações feitas
pela BBC, etc -, o concerto tomou grandes proporções e foi exibido ao
vivo via streaming pelo site
http://www.livestream.com/nevermindlive.
Toda essa badalação seria facilmente justificável pelo fato de que os
ex-membros da banda nunca revisitaram o repertório do Nirvana nos palcos
depois do suicídio do líder
Kurt Cobain. Mas na verdade não foi bem isso que aconteceu...
O que se viu na noite desta terça-feira (20) foi uma sucessão de bandas mal-ensaiadas se apresentando no museu
Experience Music Project (EMP) de Seattle. Novoselic subiu ao palco apenas para agradecer a
presença de todos, pedir para a plateia fazer barulho em homenagem a
Cobain e tocar apenas
On A Plain com o
Presidents of the USA. No final, o baixista reapareceu para encerrar a noite, novamente com o Presidents, mas desta vez ao som de
Sliver.
Acompanhar
o show até o final foi um tortuoso exercício de paciência, tanto para
quem estava presente no evento quanto para quem acompanhava a
transmissão pela internet. Não era à toa que muitas vezes o apresentador
Ben London agradecia a paciência das pessoas e anunciava que "faltavam mais tantas bandas".
Não era de se esperar um concerto nos quilates de um
Live 8, mas os grupos convidados poderiam ao menos ter se preparado para a apresentação. O
Vaporland (formada por membros de bandas importantes do underground de Seattle, como
Tad,
Fluid e
Love Battery) estava claramente se esforçando para terminar
In Bloom, assim como o
Valis tentou convencer de que tinha ensaiado
Come As You Are anteriormente.
Alguns grupos compensaram a falta de profissionalismo dos outros:
Ravenna Woods,
Vendetta Red,
The Long Winters e
Stag fizeram apresentações empolgantes ou bem fiéis às versões originais. Mas a melhor interpretação talvez tenha sido do
Campfire OK, tocando
Polly com um um arranjo diferente que incluiu um banjo.
O 'desconfiômetro' estava tilintando ao ser anunciada a presença de um ex membro do
Guns 'n' Roses (grupo desafeto do falecido frontman do Nirvana) no palco. Porém,
Duff McKagan fez uma versão correta de
Lithium com seu projeto
Loaded.
Mas logo o
Champagne Champagne foi convocado para assassinar
Drain You.
Os rappers bem que tentaram enrolar a letra no início, mas se perderam
antes do chegar ao refrão e só contornaram um pouco o vexame quando
começaram a improvisar nas rimas. Mas o estrago já estava feito: parte
do público do EMP foi embora a partir desse ponto e de
Endless Nameless, a faixa secreta de
Nevermind, tocada pelo
Crypts em uma versão eletrônica com teclados e efeitos monstruosos
.
O trio até tentou emular a balbúrdia que o Nirvana aprontava no palco e
quebrou uma guitarra, mas a performance forçada somente serviu para
atrair a inimizade da organização do concerto, contrariada com a
molecagem que atrasou a preparação do palco para as próximas atrações.
Talvez percebendo que se tratava de uma furada,
Dave Grohl não mudou sua agenda de shows com o
Foo Fighters e limitou-se a participar do evento com uma mensagem gravada exibida no
telão. No final das contas, o concerto-tributo con o intuito de
homenagear o disco clássico do Nirvana e arrecadar fundos para salvar
uma personalidade musical de Seattle
cheirou a vergonha alheia.